3.7.08

Tchau, Pai!

Quando eu nasci, ele gritou brincando: "- Fui MÃE!". Entre 4 filhos, sou sua única princesa. Aos dois anos, eu arrastava sua toalha e os chinelos quando ele chegava das cansativas viagens a trabalho. Depois, a primeira separação, ainda nos víamos. Eu observava cada gesto seu para ficar me dizendo o quanto parecia com ele. A segunda separação nos levou pouco mais de dez anos de convivência... A pouca convivência que tínhamos. Nosso reencontro foi lindo! Eu disse e ouvi que nosso amor sempre existiu. Sempre eu ligava e ele perguntava: "- Quando é que você vem aqui?". Na nossa última conversa, olhei dentro daqueles olhos azuis, olhos claros, olhar profundo. Ele me disse que não tinha do que se queixar. De fato, não temos nada aqui. Chegamos nus e voltamos sem nada. Parece que vou encontrar com ele na rua, ou que ainda vou ligar perguntando como ele está. Ainda ouço suas piadas. Ainda tenho em mim sua alegria e simplicidade. Sei que ele não pode mais ler e nem ouvir tudo o que meu coração diz, mas ele morreu sabendo que eu o amei até o fim. E a vida continua...

Um comentário:

Misshiva disse...

Os meus sentimentos.
Muita força nesta altura difícil.
Beijinho